- ZECA FILHO
Crueldade e covardia ataque mata 4 crianças em creche de Blumenau
Atualizado: 6 de abr.

Uma creche foi alvo de um ataque na manhã desta quarta-feira (5) em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Quatro crianças foram mortas e cinco ficaram feridas.
O ataque aconteceu no início da manhã na creche Cantinho Bom Pastor, que fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha. A unidade de ensino é particular.

Na ação, quatro crianças foram mortas, entre elas três meninos e uma menina com idades de 4 a 7 anos. As vítimas são:
— Bernardo Cunha Machado - 5 anos
— Bernardo Pabest da Cunha - 4 anos
— Larissa Maia Toldo - 7 anos
— Enzo Marchesin Barbosa - 4 anos
Segundo a polícia, um homem de 25 anos pulou o muro da creche e iniciou o ataque contra as crianças com uma machadinha. As vítimas foram atingidas na região da cabeça. Após a ação, ele se entregou no Batalhão da PM. O suspeito tem passagens por porte de drogas, lesão e dano, segundo a Polícia Civil.
Após saber dos ataques, os pais das crianças foram ao local o clima era de desespero. Inicialmente, apenas os agentes de segurança entraram no local para o resgate das vítimas, e os sobreviventes foram sendo liberados pouco a pouco.

Na frente da escola, pais se aglomeravam em busca de notícias. Até às 10h, todas as crianças já tinham sido retiradas da creche e estavam com suas famílias.
Os pais de uma criança chegaram a buscá-la na creche após o ataque e perceberam que ela também tinha um ferimento no ombro. A criança de cinco anos foi levada pelos pais ao Hospital Santa Isabel.
O assassino foi identificado como Luiz Henrique de Lima, de 25 anos, morador de Blumenau.
Segundo fontes da Polícia Militar de Santa Catarina, o autor do ataque "tem outras passagens" pela Justiça e, ao se entregar, "não falou nada".
Nascido em 19 de dezembro de 1997, Luiz é natural de Salto do Lontra, no Paraná. Ele trabalha como motoboy. Nos documentos de identidade do preso, o nome do pai é desconhecido.
Em vídeo que circula nas redes sociais, Luiz Henrique aparece atrás das grades e diz que há mais pessoas que sabiam do atentado.
Informações divulgadas nas redes sociais, e ainda não confirmadas pela polícia, afirmam que o assassino teria dito que participava de um jogo online, uma aposta de quem matava mais crianças. Delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel afirmou que a linha de investigação busca esclarecer se há mais pessoas envolvidas no caso. Os investigadores estão vasculhando aparelhos eletrônicos do assassino em busca de novas pistas.
Investigação de mais envolvidos em ataque
Segundo o delegado-geral, Ulisses Gabriel, a polícia ainda está sendo apurado se há mais envolvidos no crime, e a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática vai apurar se o ataque foi organizado online.
"A gente quer identificar se tem mais algum participante, se mais alguém participou, como ele tramou esse plano, onde ele obteve informações", disse o delegado-geral.
O ataque ocorre menos de dez dias após uma escola em São Paulo ser alvo de um aluno adolescente que matou uma professora com golpes de faca e deixou outras três feridas, além de um estudante. Desde 2011, mais de 10 escolas foram atacadas por criminosos no Brasil.
Decidimos não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um "troféu" dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.